domingo, 26 de dezembro de 2010

Siga o mestre!

     Pela primeira vez em 7 anos passo um final de ano realmente à toa: nenhum resquício de greve de faculdade, nenhum trabalho atrasado, nenhuma mudança de cidade. Na mala, só roupas leves, chinelos e presentes. Apenas um livro.
     O principal motivo desta calmaria foi ter finalmente, depois de tanta leitura, escrita, mudança de idéia, mudança de fundamentação teórica, mudança de humor, conseguido, mesmo que não totalmente satisfeita, terminar e defender a dissertação!
      3 ou 4 anos lendo Qorpo-Santo, todos os tipos de antropologia possíveis, carregando o computador pra onde quer que eu fosse...  Os seis mezes de uma enfermidade de Qorpo-Santo me resultaram em uma enfermidade de 30 meses. Agora experimento um fim de ano tranqüilo, e espero um ano novo bom, podendo voltar a fazer o que gosto, não o que preciso. Não que não precise fazer o que gosto, mas... enfim, agora que saí da faculdade vou finalmente poder estudar!
      No dia da minha defesa, ao me despedir da banca um dos professores me perguntou qual seria o próximo passo. Poderia ter dito que seria aprofundar o tema, abranger a pesquisa, procurar alguma linha de pesquisa para seguir um doutorado, ingressar em um grupo de pesquisa... Mas a única coisa que me veio à cabeça foi “lavar meus tênis”. Obviamente não externei meu pensamento. Só pude responder: “Revisar o texto e corrigir o que for preciso, depois penso no próximo passo; uma coisa de cada vez.”
      Agora, a mais de 500 km de Curitiba, com os tênis lavados, os parentes reunidos em um curto período de férias de uma semana, vai ai um convite – para agora ou para quando voltar – Quem quer brincar de siga o mestre!?
Ps: eventuais falta de coerência no texto se devem ao número excessivo de pessoas falando em alemão à minha volta.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

E por falar em saudade...

     Uma vez escrevi sobre o “desencadear de amanhãs”, (Relembrem, foi bonito http://esqritofrenia.blogspot.com/2010/01/desencadeando-amanhas.htmlo não ter controle sobre o futuro que começa com um “olá”. Agora penso na falta de controle sobre o futuro que começa com um “tchau”.
          Está fazendo 19 anos que meus melhores amigos (na época) foram para o Japão; 8 anos que meu primo Anderson foi pra Alemanha; 8 anos também que grandes amigos como Tina e João Gabriel foram para a Espanha; Há 5 anos eu chorava à beira do lago de Toledo porque o Andrei foi para a Irlanda. E hoje faz pouco mais de um mês que minha prima, Denise, foi para Tanzânia.
         A vida passa, as coisas melhoram, a visão que temos sobre as coisas mudam, as tecnologias também. A saudade hoje é morta pelos meios de comunicação. Mas a que sinto não é aquela que pode ser assassinada por e-mail, MSN ou skipe (da Dê mesmo, nem deu pra sentir saudade, tenho recebido mais mensagem dela por celular neste último mês do que ela me mandou na vida inteira! rsrs). A saudade mesmo é dos tempos em que ia com minha mãe à casa da Suzan e do Roger pra fazer casas pra gatos; das aventuras de moto com os pés pra cima (pra não encher de barro) e os “rocks rurais” com o Anderson; de pular os muros da escola (pra comer o lanche da outra escola) com a Tina, dos passeios noturnos com o João Gabriel, das invasões do espaço restrito do lago pra falar abobrinha com o Andrei enquanto o resto da cidade se perdia com coisas mais inúteis que as nossas, sem ninguém saber onde estávamos; das viagens sem grana e sem rumo com a Dê...
         Será este o 20º ano em que não assistirei o especial do Snoop de natal com Su e Roger; o 9º ano que não fugirei das festas de família com o Anderson, nem zoarei da Tina por conseguir ter mais faltas que eu, nem buscar soluções pra exterminar as idiotices do mundo com o Gabi; o 6º ano que não monto uma peça revolucionária de natal com o Andrei e o 1º ano que não vamos cantar Oh Tanem Baum com a Denise.
         O que farei? Mais coisas de que lembrarei com saudosismo no futuro, com certeza. Sair de onde estou, voltar pra quem ficou – não posso esquecer que eu também sou parte da falta de controle sobre o “tchau” de alguém.
         Desculpem-me, caros leitores, por numa crise de melancolia encher este post com coisas que só fazem sentido pra mim e para os que citei. Desculpem os que citei por afirmar agora que a saudade que sinto, não é só de vocês – se assim o fosse ela seria morta eletronicamente. A saudade é daquele tempo em que o “ano passado” passava, que o “ano que vem” trazia seus objetivos, que o futuro era um devir, o passado era um presente e o presente não era surpresa.





Imagens: Acima: todo mundo no aeroporto pra ter certeza de que a Dê foi embora mesmo; 
Ao lado: a Dê tentando descobrir se é verdade que tem avião que vai pra África.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A saudade da família até me inspira a fazer um post pra prima

Como deixei passar em branco o aniversário da Déo (que ela insiste comigo que é em julho) e me redimindo de todas as vezes que eu usei esse espaço pra 'desfama-la', ai vai um singelo presentinho... e na data certa!
Pra quem não conhece a Déo, foi a pessoa que dentre outras coisas, me abrigou nos meus últimos tempos de nomadismo, dividia comigo seu brigadeiro e sua internet, comeu pipoca comigo dentro de um tubo de construção na chuva, dormiu enquanto eu falava, falou enquanto eu dormia, viajou comigo de ônibus, carona, carreta, à pé e de bicicleta e me livrou de um acidente de moto, no qual ela perdeu o juízo. Acampamos, nadamos no rio que precisava atravesar ele pra chegar nele, choramos e rimos, mas sempre tomamos muito tereré durante tudo isso..
A Débora é uma das 10 primas que eu mais gosto!
Eu, a Déo e lá em cima, Isabela, a Minimim.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eu ganhei!

É com muita honra e satisfação que torno público o certificado que recebi 
por participação em blog alheio:


Pena que já não tem mais validade...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Do tempo em que os atores eram completos, para todos que por algum motivo não estão alegres.


My dad said "Be an actor, my son
But be a comical one
They'll be standing in lines
For those old honky tonk monkeyshines"
(Donald O,Connor (o cara) Make 'em laugh )

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Normais

Outro dia alguém me perguntou:
- Com quantas pessoas você mora?
- Com três.
- Três? Vocês moram em quatro naquele apartamento daquele tamanho? E não dá briga?
- Não.
- Nem por espaço, nem por barulho, por bagunça ou sujeira, nem por comida sumir da geladeira?
- Não. Por nada.
- Como isso é possível?
- Sei lá. Acho que finalmente encontrei pessoas normais.


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Que merda!

Todo mundo já deve ter visto isso, mas...

Depois da mistura de Activia c/ Johny Walker…( cagando e andando)
Misturei Activia com Sazón e caguei com amor.
Misturei Activia com a Telesena e tô cagando de hora em hora.
Misturei Activia com a nova Skin e caguei um cocozãoooo.
Misturei Activia com a Oi e virei um cagador.
Misturei Activia com Activia e não consegui chegar no banheiro!
Misturei Activia com Ricky Martin e caGAY.
Misturei Activia com Skol e caguei redondo.
Misturei Activia com Silvio Santos. Tô cagando dinheiro.
Misturei Activia com Jack Bauer e agora estou cagando 24h.
Misturei Activia com Luan Santana e agora estou cagando meteoros.
Misturei Activia com Maradona agora tô cagando em pó.
Misturei Activia com Corinthians e meu cocô foi eliminado. 
Misturei Activia com Flamengo x Corinthians… e roubaram meu intestino!
Misturei Activia com Britney Spears e… ops I did it again!
Misturei Activia com Dollynho e fiz do cocô o meu amiguinho.
Misturei Activa com Red Bull. Tô cagando e voando.
Misturei Activia com a Tim e caguei sem fronteiras.
Misturei Activia com o SAC e tô demorando 3 horas pra cagar.
Misturei Activia com Rubinho Barrichelo e nunca caguei.
Misturei Activia com Viagra e caguei duro.
Misturei Activia com Omo e descobri que se sujar faz bem.
Misturei Activia com Michael Jackson: Tô cagando pra trás.
Misturei Activia com Cheetos e foi impossível cagar um só.
Misturei Activia com Sandálias Ipanema e fiz cocô anatômico.
Misturei Activia com Doril e meu cocô sumiu.
Misturei Activia com o Prof. Pasquale e não caguei. Defequei.
Misturei Activia com Vanessa da Mata e agora meu cocô é só isso, não tem mais jeito; acabou, boa sorte.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Interessante


Eu já tinha visto ópera de arame, mas prefeitura de alumínio pra mim é novidade...


E quando eu falo que o alumínio é o terceiro elemento mais presente na terra,
não me acreditam...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

É fantástico! É incrível! É... é... tentacular!!!

Oh não!
O Alemanha non mais ser o campeom do mundo!
E o polvo mais uma vez acertou pela razão, ou melhor, pela ração, qual seria a nação vitoriosa. A primeira vez que vi essa palhaçada do polvo vidente fiquei considerando quão racionais são os bolões apostas e profecias sobre a copa do mundo. Mas agora que ele está invicto acertando todos os resultados da copa até agora e considerando a repercussão que essa noticia teve, se ele acertar quem será o ganhador da copa, até eu to vendo o futuro: Vão colocar em suas mãos, ou melhor, em seus tentáculos, as previsões para as eleições no Brasil e no mundo, a economia mundial, a cotação do Euro para os próximos anos, os vencedores do Oscar, do Big Brother, se os E.T.s existem, o final da novela das oito e tantas outras coisas importantes e inexplicáveis.
Oh não! Será este polvo o anticristo?

sábado, 3 de julho de 2010

O mundo não acabou! Nem acabará em 2012... tem copa em 2014!!!

Ninguém precisa ficar triste! A copa não acabou ainda! Pra alegrar aos desconsolados de ver a seleção, voltando pra casa, trago outros pontos de vista:
1) A Argentina fez com que a copa continuasse divertida pros brasileiros;
2) Cumpriu-se a Palavra: “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Neste caso veio lá por 12:30, com o 4º gol da Alemanha);
3) Não é a última vez que os jogadores viajarão para o exterior;
4) Se não ganhamos nada com isso, também não perdemos muito. (exceto para aqueles que como eu não trabalhariam se houvesse um próximo jogo).
A propósito, o futebol atrasa a economia do país. Não só o fato de jogadores ganharem milhões anualmente em uma transação injusta mas, quem paga as horas que não trabalhamos para vê-los jogar? Não que eu me importe, isso não é um protesto, nem gosto tanto assim de trabalhar...
E nem sou só eu que não gosto de trabalhar! Também não gostam aqueles que vamos eleger sem pensar depois de perder tanto tempo pensando em futebol!
Desculpa se eu não tinha 200 reau pra comprar uma camisa...

domingo, 27 de junho de 2010

O balão caiu na rua do sabão mesmo... não teve jeito.

Pipo, desculpa, não consegui postar o vídeo no meu blog... dei os créditos da postagem pro Rodrigo, como todos puderam ver no blog dele.
http://parabolista.blogspot.com/2010/06/duo-ii-fall-down-golden.html
E ao contrário do que observou a Carla, não tinha agrotóxico na nossa salada, somos bobos mesmo.

Aliás, como todos já puderam perceber, nunca mais atualizei esse trem e, acreditem se quiserem, é falta de tempo mesmo. A tal da dissertação tá tirando minha vida útil. Alguém já falou pra eu postar trechos dela pra não ficar sem postagem, mas não... não quero perder leitores nem comentaristas.

Então, este é um texto sem pé nem cabeça, sem nenhum objetivo outro que não o de manifestar minha indignação em ter de ceder o vídeo ao blog alheio e desejar um feliz aniversário super atrasado ao Pipo, novo parceiro de blog.

E já que a vida não é tão simples quanto todos gostaríamos que fosse, deixo um vídeo pra demonstrar que se assim o fosse, os resultados não seriam os melhores.

E já que não me adianta nada dizer “Dissertação, chirrim!”, espero que pelo menos sirva pra descontrair o meio ambiente.

A mentira é que o diabo não é assim tão burro.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

A vantagem de ser japonês

Eu dormi só uma horinha e me zoaram o tempo todo
 Esse cidadão ai dormiu o curso inteiro (3 dias!) e ninguém percebeu!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Do porque o João é gordo

Ontem foi o primeiro aniversário do meu sobrinho, e também do meu pai. Não, do meu pai não é o primeiro, até porque, considerando que ele tem registros de nascimento de 18 de maio, junho e julho, ele já deve ter feito aniversário umas cento e oitenta vezes. Aliás, os aniversários repetidos são fato comum na minha família: não só meu pai e meu sobrinho, mas minha mãe e minha irmã, eu e a filha da minha prima, a Denise e a tia Rute, minha outra prima e o filho dela, a tia Lívia e mais alguém, enfim, muitos outros tem o prazer de dizer “obrigado igualmente” para responder os votos de feliz aniversário. Ah, tem também a Débora, que embora eu insista constantemente que o aniversário dela é em outubro, comemora no dia 25 de julho, que é dia dela mesma, ou “Dia do Colono”, que a propósito é dia da família toda.


Mas não é esse o motivo do post. É que por muito tempo tentava decifrar um enigma: Por que o meu sobrinho é gordo? Minha irmã é magrela. Meu cunhado é magrelo. As famílias minha e de meu cunhado são de gente magrela. (Embora protestem, posso não ser lá tão magrela, mas sou tão pequena...) Então, porque o João Vitor é gordo?

Uma verificação minuciosa em umas fotos que meu cunhado me passou me permitiu fazer uso em alto e bom tom das palavras do ilustríssimo Chaves (não o Hugo, o do bem) “averiguei o mistério!” Vejam:




quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nunca chegue bêbado na casa de pessoas criativas, oportunistas e sacanas

Comédia (ou tragédia) em quantos atos forem necessários

Personagens:

A criativa
A oportunista
O sacana
A que ferveu pro texto ser publicado
                                       
O criativizado, oportunizado e sacaneado.
Cena 1.
(21/04/2010. Edifício Dom José. três batidas suaves na porta, 21:45)
- Oi.
- Oi. To f*****. Você vai brigar comigo.
- Por quê? Você ta bêbado?
- ummmm hummmmmm.
- Relaxa, ta todo mundo bêbado. (Primeiro sinal de oportunismo)
- (para os demais) Boaaa noite.
- Boa noite. (primeiro sinal de criatividade)
- Boa noite. (Olhares. Primeiro sinal de sacanagem).
(Entra no quarto. A criativa, a oportunista e o sacana continuam conversando na sala. Som de queda no quarto).
- O que foi?
- Não percebeu?
- Ta bebinho...
- Pega a câmera!
(22:35. Dois saem. Dois permanecem.)
- Meu, vai tomar um banho frio.
- Ta, já vou ficar melhor.
(22:37. O criativizado vai pro banho.)
- Cara, com essas imagens você pode fazer o que quiser, pode pedir pra ele assinar o que você quiser... !
- ... !
- ... !
- Pega um papel ali!
(E assim prosseguiram as 3 mentes, a criativa, a oportunista e a sacana, escrevendo as coisas mais bizarras, absurdas, criativas, oportunistas e sacanas que se tem notícia.)
(23:10 toc toc toc na porta do banheiro) Tudo bem ai?
- Aaaaa haaaammmmm.
(Já em acordo que a coleta da assinatura seria proveniente de um concurso para ver quem consegue assinar certo mesmo estando bêbado, segue a conversa sobre coisas banais, sobre a disposição dos continentes, Galileu Galilei e o movimento de rotação e translação da Terra, alinhamento de poderes políticos, evolução do homem, H1N1 e sobre outras construções ideológicas.)
(23:45. O oportunizado sai do banho. Eu vou tomar banho e ouço todos os “não” “assina aqui”, “sai daqui”, “vem aqui”, “some daqui”. Saio do banho e percebo que tudo esta certo. O sacaneado dorme, e a assinatura descansa no papel.).

Cena 2.
(24/04/2010. Não vi as horas. Joe Bananas. Em off:)
- Viu, ele vai falar que não assinou nada porque tava bêbado.
- Então vamos pegar a assinatura de novo.
- Como?
- Hey, pessoal, vamos fazer uma surpresa pra Eva? Todo mundo escreve e assine o nome no papel, e depois a gente escreve alguma coisa pra ela.
- Ta, alguém tira ela daqui pra gente fazer a surpresa.
- Eva, vem aqui fora um pouquinho.
- que foi? (O plano mirabolante foi explicado, tudo ficou certo).
O Momento oportuno


2º Ato

(25/04/2010. Edifício Dom José. Aproximadamente16:47h)
- Eva, a gente tem um presente de aniversário pra você. Queríamos que você lesse pra Eva.
- “Declaro para os devidos fins que (...) [segue-se uma série de itens para os quais até o sacana fez cara de dó]... Se houver quebra ou reicidência do contrato, o áudio, vídeo e/ou fotos serão publicados...” Cara eu não assinei isso! Eu assinei um papel em branco, vocês colocaram depois.
- Não, não, só passamos a limpo o que já havia sido feito!

Como todos podem perceber, um dos itens do contrato já foi quebrado no domingo mesmo, por isso a publicação da história, e uma parcela pequena de imagens foi publicada. O contrato continua em vigência. Prosseguimos aguardando. Lembrando que o contrato foi feito para não ser quebrado.
O contrato


Agradeço a todas as testemunhas idôneas que assinaram.



sexta-feira, 23 de abril de 2010

Falando em festa...

Cocktail Party
Não tenho vergonha de dizer que estou triste,
Não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas:
Estou triste por que vocês são burros e feios
E não morrem nunca...
Minha alma assenta-se no cordão da calçada
E chora,
Olhando as poças barrentas que a chuva deixou.
Eu sigo adiante. Misturo-me a vocês. Acho vocês uns amores.
Na minha cara há um vasto sorriso pintado a vermelhão.
E trocamos brindes,
Acreditamos em tudo o que vem nos jornais.
Somos democratas e escravocratas.
Nossas almas*? Sei lá!
Mas como são belos os filmes coloridos!
(Ainda mais os de assuntos bíblicos...)
Desce o crepúsculo
E, quando a primeira estrelinha ia refletir-se em todas as poças
d'água,
Acenderam-se de súbito os postes de iluminação! 
(Mário Quintana) 

 
*Andei pelas ruas hoje procurando almas. É impressionante o fato de que não as encontrei. Encontrei rostos. Não encontrei almas. Encontrei o sorriso fútil de uma vendedora de jóias na Galeria Suiça. Encontrei o descaso diante do cadeirante que tentava atravessar a Marechal. Encontrei um menino chutando uma pomba (qualquer um chutaria, tudo bem, a pomba não tem alma). Encontrei meia dúzia de vadios na escadaria da Federal. Ok, muito mais que meia dúzia. Encontrei o olhar de deboche do mendigo, o oportunismo da senhora, e a extorsão do senhor que vende chicletes na esquina da José Loureiro. Encontrei as vozes de adolecentes nojentos de várias idades, sussurando cantadas baratas e porcas. Encontrei futilidades. Sai pra procurar almas e encontrei tristezas. Não encontrei alma em você, oh apaixonado por causas nobres. Não encontrei alma em você, libertário que saiu em busca de novas experiências. Não encontrei alma em você, pessoa que disse que não me deixaria sozinha. Egoismo, interesse no efêmero, desinteresse no eterno. O que aconteceu com a sensatez, com a conciência do eterno? Andei pelas ruas hoje procurando almas. Elas fugiram diante de sentimentos vulgares. Elas não podem acompanhar esses sentimento. Acorde! Você está perdendo a sua alma! E eu estou a procurar a minha.

terça-feira, 13 de abril de 2010

what's going on?

        Eis que estava indo no gerúndio tomar banho quando ouço minha vizinha ouvindo aqueles cd´s de hits internacionais de novelas, e uma música me deu um saudosismo enorme.
        Lembrei até da abertura da novela que trazia essa música em sua trilha sonora. Era do início dos anos 90. Lembrei da abertura da novela, dos nomes dos personagens e até de atores. Lembrei de que série em que estudava quando a novela passava, do horário e do nome do programa de clipes que transmitia incessantemente a música (era o Cliptonita), do meu primo me ensinando a tocar esta música, mas a letra da dita e quem cantava, não lembrava de jeito nenhum.
        Com todos os tipos de nostalgias reunidos saí do banho e fui imediatamente procurar a letra no Google. Perguntei pras gurias lá de casa, ninguém lembrava. A Jaque até lembrou de uma “versão brasileira: As Mineirinhas”, mas ninguém sabia uma palavra dela em inglês.
        E com o avançadíssimo recurso que o Google fornece de digitar um pedaço da palavra e aparecer a palavra inteira, digitei “and I say” e já apareceu: and i say hey what´s going on (entre outros). Cliquei nas opções e vi que no fórum do cifra clube uma anta que atende por “jefão” procura pela mesma música. Vejam:

“Ai pessoal to querendo saber o nome de uma música ou quem canta para poder baixar na rede, só sei um pedaço, se alguem souber, me diz ai: e uma balada internacional de violão no inicio assim é no meio ooo my good a try ...in try.....for revolutions.......depoisfica assim yeahhh yeahh yeahhh a see ray....acho q é isso, é um homem q canta tem a voz parecida com a de mulher meio fina e aguda.”

Bah... Bom, o importante é que com todas as pistas, recursos e tecnologias, encontrei a letra, a cifra, a tradução, os vídeos, as versões os covers, os alfacers e etceters.
Até me empolguei a tocar violão de novo, depois de longos meses, meu, a guria tem um violão (quase) igual o meu!



(essa net ta mto lenta, depois carrego o vídeo. Fiquem com o link por enquanto)

 

sábado, 10 de abril de 2010

3) Disserte sobre o que aprendeu com as situações anteriores.

R: Eu aprendi que devemos avisar as pessoas quando as informações são falsas. Aprendi que devemos ser transparentes para que todos percebam que as informações verdadeiras são de fato verdadeiras. Aprendi a me comunicar calmamente e a viver contente em toda e qualquer situação. Aprendi a fazer amizade com as enfermeiras e com os internos. Aprendi a contrabandear comida e roubar senhas de porta de hospital. Aprendi que todas as salas tem passagens secretas e também aprendi a ensinar isso a quem realmente precisa saber. Aprendi que tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: Há tempo de esperar, e tempo de entender.

Escher. Drawing Hands

terça-feira, 6 de abril de 2010

Exercício
1) Preencha com V para Verdadeiro e F para Falso.

(  ) Ela não mora mais ali. Foi embora e está morando com um tal de Alberto.
(  ) Ele a amava, ela não o amou. Ele fugiu para que ninguém soubesse. Ele não fala mais com ela. Ele não volta para que não saibam que agora ele é gay.
(  ) Ela não me deu o vestido pela mesma razão que não me deu os dinossauros.
(  ) Ele a feriu porque também havia sido ferido quando criança.
(  ) Ela quis que ele fosse embora, e agora está bem melhor assim.
(  ) Eles se afastaram de nós porque agora tem outra família.
(  ) Elas perderam o controle da moto e bateram em uma árvore.

2) Relacione as afirmações aos números correspondentes:

(   ) Ela não mora mais ali. Foi embora e está morando com um tal de Alberto.
(   ) Ele a amava, ela não o amou. Ele fugiu para que ninguém soubesse. Ele não fala mais com ela. Ele não volta para que não saibam que agora ele é gay.
(   ) Ela não me deu o vestido pela mesma razão que não me deu os dinossauros.
(   ) Ele a feriu porque também havia sido ferido quando criança.
(   ) Ela quis que ele fosse embora, e agora está bem melhor assim.
(   ) Eles se afastaram de nós porque agora tem outra família.
(   ) Elas perderam o controle da moto e bateram em uma árvore.

(1) Ela disse
(2) Ele disse
(3) Você disse
(4) Eles disseram



“Ele saiu antes do caminhão do gás. Isso é mais ou menos umas 9:30AM. E todo mundo diz que ele nem olhou prá trás. Isso pelo menos é o que todo mundo diz. Então ele correu até a próxima estação. Isso é mais ou menos uma duas quadras. E todo mundo diz que ele entrou por trás. Isso pelo menos é o que todo mundo diz. Ele voltou antes do jantar. Isso é mais ou menos umas 17:50PM. Ele nunca esteve tão feliz. Isso pelo menos é o que todo mundo diz. Aparência. Transparência. Quem vê cara não vê o que só Deus pode ver.” (E daí? Resgate)
Ps.

(V) Todas as afirmações são falsas e se referem a pessoas e situações distintas.
(F) Todas as afirmações são verdadeiras e se referem às mesmas pessoas.

(5) Eu disse.


terça-feira, 23 de março de 2010

Eu hein!?

          Que não é necessário exame psicotécnico para assumir cargo público já é fato notável, todo mundo que já foi atendido (ou tentou ser atendido, se o atendente não te disse pra voltar outro dia porque o sistema está indisponível ou porque a pessoa responsável para resolver tal problema está em reunião) por algum funcionário público em algum momento da vida deve ter constatado.

          No meu trabalho então, a pessoa mais normal que tem lá tinha uma vaca como animal de estimação na infância (esta pessoa sou eu!). Normalmente ouve-se gritos repentinos, histórias cabulosas (aquelas que posto com o título “Crônicas de uma vida inviável” e só postei duas até agora), risadas histéricas, rasgação compulsiva de papéis, etc, etc... mas o que me chamou atenção sexta feira foi o bilhete que uma colega deixou pra ela mesma (isso também é comum) escrito: Pera não.

Até pedi ajuda pra decifrar, e logo o mistério foi averiguado:                    
                      
                                               Frente                                              


Verso

Eu hein!? Que bom que tô saindo de férias... isso pode ser contagioso...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tá caro!



          Uma das coisas que mais me decepcionou este ano foi o festival de teatro (isso que ele nem começou direito – nem o ano, nem o festival.)
          Combinei com uma galera de ir ver as peças boas, mas onde elas estão? Tô tão decepcionada com as peças que tenho assistido, com textos irrefletidos, piadas prontas sem sentido sobre sexo, religião, política, televisão, ou aqueles dramécos neoshakespereanos for teen, ou pior ainda é essa merda de teatro experimental, nome dado pra qualquer coisa que todo mundo acha que ninguém nunca fez, jogando um monte de idéias desconexas no palco e deixando no público a responsabilidade de dizer: “puxa... incrível!” para não se passar por tongo de dizer “não entendi p* nenhuma”. E ainda tem esse tal de “teatro antropológico”, ou “antropologia teatral”. Já fiz várias oficinas e já perguntei pra várias pessoas que trabalham com isso de onde vem esse treco, se tem origem na parceria Turner/Schechner, mas as criaturas nem sabiam quem eram esses dois. (você só tem obrigação de saber se trabalha com Teatro e Antropologia, ou professa fé nessas coisas. Se não, esquece.) Meu, pra que insistir em trazer o teatro oriental pro ocidente?! Ninguém entende, caramba! Se o berço da nossa civilização é a Grécia e quase ninguém mais tem saco pro teatro grego, imagine colocar no palco a “força do samurai”, o “equilíbrio do bêbado”, “o sei lá o que da gueixa”. Podemos até entender, mas não achamos graça.
          Mas os diretores/atores já encontraram uma solução para tudo o que reclamei acima: é só tirar as blusas das mulheres e as calças dos homens que tá tudo resolvido. Mesmo que fora de contexto. É garantia de satisfação do público.
Pra quem insite (e tem grana, meu, tá caro!), ai vão algumas dicas de coisas que já assisti, ou que não assisti mas desconfio que sejam assistíveis.

     Ópera Atômica: As sete caras da verdade;
     Pequenas caquinhas e Contos proibidos de Antropofocus;
     Kafka: escrever é um sono mais profundo que a morte;
     O sertão
     O caixeiro viajante ou o vendedor de ilusões. (Esse é de rua. Só vou ver peça de rua nesse festival: se for ruim dá pra sair antes do fim e vc não paga nada!)


          Deve ter mais coisa boa além disso (tomara). Eu é que não tive saco pra ler a programação inteira. Se alguém souber de alguma coisa legal deixa aí no comentário.
          Quem sabe eu assista alguma, mas vou mesmo é viajar! A alemoada lá do Oeste é bem mais divertida!

segunda-feira, 15 de março de 2010

O erro de texto mais legal que eu já vi na vida

Atendendo a pedidos,

do porque apresentar uma peça em uma cidade a 130 km de onde todos moram

"Porque só aqueles que são capazes de suportar cenas fortes de erros
de marcação, iluminação, sonoplastia e texto, comparecem."

Dentre todos os erros eis

 
A cena de esquecimento de texto mais legal que eu já vi na vida

 


Cena 14

O Rei vai com Mariana.     (descrição do que aconteceu)

O rei está no centro do palco. Mariana entra segurando o baldinho com duas mãos. Mariana se aproxima hesitante, dá três passos em direção ao rei, umas quatro balançadas pra lá e pra cá no baldinho e... corre de volta pra coxia.

A mãe da pequena atriz sopra o texto em off.

Mariana volta. O cara que estrava no papel de rei, em consideração ao amigo, líder, escritor e diretor da peça e pai da garotinha que fazia o papel de Mariana quer ajudá-la a lembrar o texto:

- Acaso querias dizer-me alguma coisa?

- Sim, mas eu esqueci.

A menina que conheceu o Rei.  Teatro semi-infantil.
Foi nos dias 5 e 6 no Teatro da Praça em Araucária.
Não foi? Perdeu.
Em destaque, 1/3 do elenco e metade da equipe técnica.
Quem foi no dia 6 não viu erros.
Quem foi no dia 5 e ficou até o fim entendeu porque no dia 6 não teve erros.
(o(s) diretor(res) é(são) brabo(vos))

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Crônica de uma vida inviável, parte II. Versão Summer Beach

Baseada em fatos, narrada por Alexandra Joaquina Julião. Versão Brasileira, Alamo.

tchplá tchplá aaaaaa aaaaaaa aaaaaaaaaaaa



Um dia quente, o telefone toca:

- Trrrrrrrrrimmmm

- Alô.

- Cassandra Maria?

- Não, Abigail Cristiana, mãe de Cassandra Maria.

- Onde se encontra Cassandra Maria? Preciso vê-la! Meu coração se parte em desilusões e tristezas estando ela distante de meus olhos verdes!

- Não quero mais que você a veja, Alfredo Augusto! Jamais contarei a você que ela está na Ilha Doce!

Desesperado e com o coração a pulsar forte, Alfredo Augusto parte em seu (pode escolher o carro que quiser) em direção à Ilha Doce, onde logo ao chegar avista em meio a multidão Fernando Pablo Juan, filho de Cassandra Maria, ao qual pede permissão para ver sua mãe.

- Permita-me vê-la, Fernando Pablo Juan!

- Apenas mais esta vez permito vê-la, Alfredo Augusto.

Alfredo Augusto corre por toda a Ilha sem se cansar, até que ao longe, avista sua amada. (Ouve-se o cantar e o bater de asas das gaivotas: tchplá tchplá aaaaaa aaaaaaa aaaaaaaaaaaa)

Cassandra Maria encontrava-se assentada sob seu guarda sol listrado, de preto e branco, com seu maiô igualmente listrado, acomodada em sua espriguiçadeira branca e com seu rosto ligeiramente coberdo por seu chapéu de ráfia igualmente branco, com seus lindo olhos percorrendo as páginas de um Pablo Neruda. E justamente enquanto lia “Não te quero senão porque te quero /E de querer-te a não querer-te chego /E de esperar-te quando não te espero /Passa meu coração do frio ao fogo”, Alfredo Augusto punha-se aos pés de seu descanço.

- Alfredo Augusto!

- Cassandra Maria!

- Alfredo Augusto, não podemos continuar nos vendo. Nosso amor não é tão forte como pensávamos, e acabaremos muito sofrendo!

- Cassandra Maria! Me conceda apenas mais esta chance! Não posso viver longe de ti!

- Alfredo Augusto, não! É necessário que nos separemos! Por mais que tu me ames mais do que a ti mesmo, estabelecemos um relacionamento inadequado aos nossos padrões de contentamento. Sabemos que, por mais que soframos, nossos corações ainda continuarão ligados pelo amor, porém é necessário que estejamos sós por alguns momentos...

(e neste momento, Alexandra Joaquina Julião, que atentamente ouvia a história pelos lábios de Cassandra Maria, afastou-se aos poucos. E de tão atenta que estava aos detalhes visuais narrados, afastou-se cada vez mais, até que o azul do mar, a tranquilidade da ilha e o guarda-sol listrado que escondia o chapéu que sutilmente escondia o rosto de Cassandra Maria, a impediu de ouvir o final da história, pois só ouvia o cantar e o bater de asas das gaivotas: tchplá tchplá aaaaaa aaaaaaa aaaaaaaaaaaa

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Esclarecimento

Não. Não é por causa do meu trabalho, da minha mãe, do meu pai. Não são minhas irmãs, minha líder de célula, minhas amigas patys. Não é porque fui pra cidade grande, porque estou apaixonada, porque quero atrair olhares, não é por causa da faculdade, e nem porque não tenho futuro no circo.

A verdadeira razão do por que estar me esforçando em me vestir como mulherzinha é pura e simplesmente pra não ouvir mais coisas do tipo: “eu entreguei praquela menininha lá” ou “hei, aluno não pode entrar depois do horário”, ou “a sua mãe que trouxe você?”, ou ainda “vestidinho assim de babadinho fica bonitinho prá menininhas da sua idade”... etc, etc...

Não que isso realmente me incomode, mas causa certo constrangimento quando um novo colega de meu novo trabalho arranca o livro ponto da minha mão gritando que aluno não pode mexer nisso, quando os alunos não me deixam passar porque ainda não acabou a aula, quando o guardinha do R.U não quer me deixar almoçar porque acha que eu falsifiquei a carteirinha do mestrado. Enfim, as principais situações que me moveram a usar vestido, sapatinho, sandalinha, maquiagem, bolsa de mocinha, pentear os cabelos e fazer as unhas, foram duas: o conselho de uma grande amiga minha, a Laura Kovaleski, em sua sabedoria de 9 anos de idade e o comentário de uma prima que fui visitar certo dia: “Meeeeu! Você não mudou nada desde a última vez que te vi!” Putz! A última vez que a mulher me viu eu tinha 6 anos!!!

Tá, tudo bem, sei que não cresci, mas imagino que deve ter alguma forma de as pessoas me respeitarem!

E pra’quelas pessoas que viviam me enchendo o saco pra me arrumar e diziam que não me davam nada porque eu não uso, eis a chance de contribuir com meu visual woman style – até porque meu guarda-roupa só me permite viver assim por no máximo uma semana – relembro apenas que em saltos muito altos eu não me equilibro (devido ao tamanho do meu pé), e me poupem de azul, rosa e amarelo, que pra mim continuam sendo cores esclusivas de céu, flor e miolo, respectivamente.

Okay, confesso também que voltei a trabalhar de pijama por uns dias desses, mas considere-se isso como um protesto contra o ato aviltante de fazerem seres humanos irem trabalhar nas férias.

Coisas de que sentirei falta:

• Calçados que não façam barulho e me permitam caminhar;

• Roupas que me permitam caminhar e respirar ao mesmo tempo;

• Bolsas em que caibam mais coisas além da carteira e do celular;

• Brincos que possam ficar pelo menos 4 meses nas orelhas;

• Não tô levando isso tão a sério assim.

Mas ai vai uma pequena sessão de antes/depois:
                                                                                                                                                       


P.s. Para os que possam ter ficado preocupados com o conteúdo dessa postagem alerto: 1) Ainda uso all star; 2) ainda uso mochila (pois ainda sou nômade); 3) Nada no mundo me fará me sentir confortável de batom; 4) Por mais que minhas calças não sejam mais de palhaço, meu humor e meu nariz ainda são. E às vezes as calças também.