quinta-feira, 25 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

E por falar em saudade...

     Uma vez escrevi sobre o “desencadear de amanhãs”, (Relembrem, foi bonito http://esqritofrenia.blogspot.com/2010/01/desencadeando-amanhas.htmlo não ter controle sobre o futuro que começa com um “olá”. Agora penso na falta de controle sobre o futuro que começa com um “tchau”.
          Está fazendo 19 anos que meus melhores amigos (na época) foram para o Japão; 8 anos que meu primo Anderson foi pra Alemanha; 8 anos também que grandes amigos como Tina e João Gabriel foram para a Espanha; Há 5 anos eu chorava à beira do lago de Toledo porque o Andrei foi para a Irlanda. E hoje faz pouco mais de um mês que minha prima, Denise, foi para Tanzânia.
         A vida passa, as coisas melhoram, a visão que temos sobre as coisas mudam, as tecnologias também. A saudade hoje é morta pelos meios de comunicação. Mas a que sinto não é aquela que pode ser assassinada por e-mail, MSN ou skipe (da Dê mesmo, nem deu pra sentir saudade, tenho recebido mais mensagem dela por celular neste último mês do que ela me mandou na vida inteira! rsrs). A saudade mesmo é dos tempos em que ia com minha mãe à casa da Suzan e do Roger pra fazer casas pra gatos; das aventuras de moto com os pés pra cima (pra não encher de barro) e os “rocks rurais” com o Anderson; de pular os muros da escola (pra comer o lanche da outra escola) com a Tina, dos passeios noturnos com o João Gabriel, das invasões do espaço restrito do lago pra falar abobrinha com o Andrei enquanto o resto da cidade se perdia com coisas mais inúteis que as nossas, sem ninguém saber onde estávamos; das viagens sem grana e sem rumo com a Dê...
         Será este o 20º ano em que não assistirei o especial do Snoop de natal com Su e Roger; o 9º ano que não fugirei das festas de família com o Anderson, nem zoarei da Tina por conseguir ter mais faltas que eu, nem buscar soluções pra exterminar as idiotices do mundo com o Gabi; o 6º ano que não monto uma peça revolucionária de natal com o Andrei e o 1º ano que não vamos cantar Oh Tanem Baum com a Denise.
         O que farei? Mais coisas de que lembrarei com saudosismo no futuro, com certeza. Sair de onde estou, voltar pra quem ficou – não posso esquecer que eu também sou parte da falta de controle sobre o “tchau” de alguém.
         Desculpem-me, caros leitores, por numa crise de melancolia encher este post com coisas que só fazem sentido pra mim e para os que citei. Desculpem os que citei por afirmar agora que a saudade que sinto, não é só de vocês – se assim o fosse ela seria morta eletronicamente. A saudade é daquele tempo em que o “ano passado” passava, que o “ano que vem” trazia seus objetivos, que o futuro era um devir, o passado era um presente e o presente não era surpresa.





Imagens: Acima: todo mundo no aeroporto pra ter certeza de que a Dê foi embora mesmo; 
Ao lado: a Dê tentando descobrir se é verdade que tem avião que vai pra África.