quarta-feira, 23 de março de 2011

Voltei, e trouxe o Manoel

A maior riqueza do homem é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou – eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra o pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta o lápis, que vê a uva etc.etc.
Perdoai.
Mas preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.

(Manoel de Barros. O guardador de águas)