segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Crônica de uma vida inviável, parte II. Versão Summer Beach

Baseada em fatos, narrada por Alexandra Joaquina Julião. Versão Brasileira, Alamo.

tchplá tchplá aaaaaa aaaaaaa aaaaaaaaaaaa



Um dia quente, o telefone toca:

- Trrrrrrrrrimmmm

- Alô.

- Cassandra Maria?

- Não, Abigail Cristiana, mãe de Cassandra Maria.

- Onde se encontra Cassandra Maria? Preciso vê-la! Meu coração se parte em desilusões e tristezas estando ela distante de meus olhos verdes!

- Não quero mais que você a veja, Alfredo Augusto! Jamais contarei a você que ela está na Ilha Doce!

Desesperado e com o coração a pulsar forte, Alfredo Augusto parte em seu (pode escolher o carro que quiser) em direção à Ilha Doce, onde logo ao chegar avista em meio a multidão Fernando Pablo Juan, filho de Cassandra Maria, ao qual pede permissão para ver sua mãe.

- Permita-me vê-la, Fernando Pablo Juan!

- Apenas mais esta vez permito vê-la, Alfredo Augusto.

Alfredo Augusto corre por toda a Ilha sem se cansar, até que ao longe, avista sua amada. (Ouve-se o cantar e o bater de asas das gaivotas: tchplá tchplá aaaaaa aaaaaaa aaaaaaaaaaaa)

Cassandra Maria encontrava-se assentada sob seu guarda sol listrado, de preto e branco, com seu maiô igualmente listrado, acomodada em sua espriguiçadeira branca e com seu rosto ligeiramente coberdo por seu chapéu de ráfia igualmente branco, com seus lindo olhos percorrendo as páginas de um Pablo Neruda. E justamente enquanto lia “Não te quero senão porque te quero /E de querer-te a não querer-te chego /E de esperar-te quando não te espero /Passa meu coração do frio ao fogo”, Alfredo Augusto punha-se aos pés de seu descanço.

- Alfredo Augusto!

- Cassandra Maria!

- Alfredo Augusto, não podemos continuar nos vendo. Nosso amor não é tão forte como pensávamos, e acabaremos muito sofrendo!

- Cassandra Maria! Me conceda apenas mais esta chance! Não posso viver longe de ti!

- Alfredo Augusto, não! É necessário que nos separemos! Por mais que tu me ames mais do que a ti mesmo, estabelecemos um relacionamento inadequado aos nossos padrões de contentamento. Sabemos que, por mais que soframos, nossos corações ainda continuarão ligados pelo amor, porém é necessário que estejamos sós por alguns momentos...

(e neste momento, Alexandra Joaquina Julião, que atentamente ouvia a história pelos lábios de Cassandra Maria, afastou-se aos poucos. E de tão atenta que estava aos detalhes visuais narrados, afastou-se cada vez mais, até que o azul do mar, a tranquilidade da ilha e o guarda-sol listrado que escondia o chapéu que sutilmente escondia o rosto de Cassandra Maria, a impediu de ouvir o final da história, pois só ouvia o cantar e o bater de asas das gaivotas: tchplá tchplá aaaaaa aaaaaaa aaaaaaaaaaaa

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Esclarecimento

Não. Não é por causa do meu trabalho, da minha mãe, do meu pai. Não são minhas irmãs, minha líder de célula, minhas amigas patys. Não é porque fui pra cidade grande, porque estou apaixonada, porque quero atrair olhares, não é por causa da faculdade, e nem porque não tenho futuro no circo.

A verdadeira razão do por que estar me esforçando em me vestir como mulherzinha é pura e simplesmente pra não ouvir mais coisas do tipo: “eu entreguei praquela menininha lá” ou “hei, aluno não pode entrar depois do horário”, ou “a sua mãe que trouxe você?”, ou ainda “vestidinho assim de babadinho fica bonitinho prá menininhas da sua idade”... etc, etc...

Não que isso realmente me incomode, mas causa certo constrangimento quando um novo colega de meu novo trabalho arranca o livro ponto da minha mão gritando que aluno não pode mexer nisso, quando os alunos não me deixam passar porque ainda não acabou a aula, quando o guardinha do R.U não quer me deixar almoçar porque acha que eu falsifiquei a carteirinha do mestrado. Enfim, as principais situações que me moveram a usar vestido, sapatinho, sandalinha, maquiagem, bolsa de mocinha, pentear os cabelos e fazer as unhas, foram duas: o conselho de uma grande amiga minha, a Laura Kovaleski, em sua sabedoria de 9 anos de idade e o comentário de uma prima que fui visitar certo dia: “Meeeeu! Você não mudou nada desde a última vez que te vi!” Putz! A última vez que a mulher me viu eu tinha 6 anos!!!

Tá, tudo bem, sei que não cresci, mas imagino que deve ter alguma forma de as pessoas me respeitarem!

E pra’quelas pessoas que viviam me enchendo o saco pra me arrumar e diziam que não me davam nada porque eu não uso, eis a chance de contribuir com meu visual woman style – até porque meu guarda-roupa só me permite viver assim por no máximo uma semana – relembro apenas que em saltos muito altos eu não me equilibro (devido ao tamanho do meu pé), e me poupem de azul, rosa e amarelo, que pra mim continuam sendo cores esclusivas de céu, flor e miolo, respectivamente.

Okay, confesso também que voltei a trabalhar de pijama por uns dias desses, mas considere-se isso como um protesto contra o ato aviltante de fazerem seres humanos irem trabalhar nas férias.

Coisas de que sentirei falta:

• Calçados que não façam barulho e me permitam caminhar;

• Roupas que me permitam caminhar e respirar ao mesmo tempo;

• Bolsas em que caibam mais coisas além da carteira e do celular;

• Brincos que possam ficar pelo menos 4 meses nas orelhas;

• Não tô levando isso tão a sério assim.

Mas ai vai uma pequena sessão de antes/depois:
                                                                                                                                                       


P.s. Para os que possam ter ficado preocupados com o conteúdo dessa postagem alerto: 1) Ainda uso all star; 2) ainda uso mochila (pois ainda sou nômade); 3) Nada no mundo me fará me sentir confortável de batom; 4) Por mais que minhas calças não sejam mais de palhaço, meu humor e meu nariz ainda são. E às vezes as calças também.