terça-feira, 23 de março de 2010

Eu hein!?

          Que não é necessário exame psicotécnico para assumir cargo público já é fato notável, todo mundo que já foi atendido (ou tentou ser atendido, se o atendente não te disse pra voltar outro dia porque o sistema está indisponível ou porque a pessoa responsável para resolver tal problema está em reunião) por algum funcionário público em algum momento da vida deve ter constatado.

          No meu trabalho então, a pessoa mais normal que tem lá tinha uma vaca como animal de estimação na infância (esta pessoa sou eu!). Normalmente ouve-se gritos repentinos, histórias cabulosas (aquelas que posto com o título “Crônicas de uma vida inviável” e só postei duas até agora), risadas histéricas, rasgação compulsiva de papéis, etc, etc... mas o que me chamou atenção sexta feira foi o bilhete que uma colega deixou pra ela mesma (isso também é comum) escrito: Pera não.

Até pedi ajuda pra decifrar, e logo o mistério foi averiguado:                    
                      
                                               Frente                                              


Verso

Eu hein!? Que bom que tô saindo de férias... isso pode ser contagioso...

quinta-feira, 18 de março de 2010

Tá caro!



          Uma das coisas que mais me decepcionou este ano foi o festival de teatro (isso que ele nem começou direito – nem o ano, nem o festival.)
          Combinei com uma galera de ir ver as peças boas, mas onde elas estão? Tô tão decepcionada com as peças que tenho assistido, com textos irrefletidos, piadas prontas sem sentido sobre sexo, religião, política, televisão, ou aqueles dramécos neoshakespereanos for teen, ou pior ainda é essa merda de teatro experimental, nome dado pra qualquer coisa que todo mundo acha que ninguém nunca fez, jogando um monte de idéias desconexas no palco e deixando no público a responsabilidade de dizer: “puxa... incrível!” para não se passar por tongo de dizer “não entendi p* nenhuma”. E ainda tem esse tal de “teatro antropológico”, ou “antropologia teatral”. Já fiz várias oficinas e já perguntei pra várias pessoas que trabalham com isso de onde vem esse treco, se tem origem na parceria Turner/Schechner, mas as criaturas nem sabiam quem eram esses dois. (você só tem obrigação de saber se trabalha com Teatro e Antropologia, ou professa fé nessas coisas. Se não, esquece.) Meu, pra que insistir em trazer o teatro oriental pro ocidente?! Ninguém entende, caramba! Se o berço da nossa civilização é a Grécia e quase ninguém mais tem saco pro teatro grego, imagine colocar no palco a “força do samurai”, o “equilíbrio do bêbado”, “o sei lá o que da gueixa”. Podemos até entender, mas não achamos graça.
          Mas os diretores/atores já encontraram uma solução para tudo o que reclamei acima: é só tirar as blusas das mulheres e as calças dos homens que tá tudo resolvido. Mesmo que fora de contexto. É garantia de satisfação do público.
Pra quem insite (e tem grana, meu, tá caro!), ai vão algumas dicas de coisas que já assisti, ou que não assisti mas desconfio que sejam assistíveis.

     Ópera Atômica: As sete caras da verdade;
     Pequenas caquinhas e Contos proibidos de Antropofocus;
     Kafka: escrever é um sono mais profundo que a morte;
     O sertão
     O caixeiro viajante ou o vendedor de ilusões. (Esse é de rua. Só vou ver peça de rua nesse festival: se for ruim dá pra sair antes do fim e vc não paga nada!)


          Deve ter mais coisa boa além disso (tomara). Eu é que não tive saco pra ler a programação inteira. Se alguém souber de alguma coisa legal deixa aí no comentário.
          Quem sabe eu assista alguma, mas vou mesmo é viajar! A alemoada lá do Oeste é bem mais divertida!

segunda-feira, 15 de março de 2010

O erro de texto mais legal que eu já vi na vida

Atendendo a pedidos,

do porque apresentar uma peça em uma cidade a 130 km de onde todos moram

"Porque só aqueles que são capazes de suportar cenas fortes de erros
de marcação, iluminação, sonoplastia e texto, comparecem."

Dentre todos os erros eis

 
A cena de esquecimento de texto mais legal que eu já vi na vida

 


Cena 14

O Rei vai com Mariana.     (descrição do que aconteceu)

O rei está no centro do palco. Mariana entra segurando o baldinho com duas mãos. Mariana se aproxima hesitante, dá três passos em direção ao rei, umas quatro balançadas pra lá e pra cá no baldinho e... corre de volta pra coxia.

A mãe da pequena atriz sopra o texto em off.

Mariana volta. O cara que estrava no papel de rei, em consideração ao amigo, líder, escritor e diretor da peça e pai da garotinha que fazia o papel de Mariana quer ajudá-la a lembrar o texto:

- Acaso querias dizer-me alguma coisa?

- Sim, mas eu esqueci.

A menina que conheceu o Rei.  Teatro semi-infantil.
Foi nos dias 5 e 6 no Teatro da Praça em Araucária.
Não foi? Perdeu.
Em destaque, 1/3 do elenco e metade da equipe técnica.
Quem foi no dia 6 não viu erros.
Quem foi no dia 5 e ficou até o fim entendeu porque no dia 6 não teve erros.
(o(s) diretor(res) é(são) brabo(vos))