quinta-feira, 18 de março de 2010

Tá caro!



          Uma das coisas que mais me decepcionou este ano foi o festival de teatro (isso que ele nem começou direito – nem o ano, nem o festival.)
          Combinei com uma galera de ir ver as peças boas, mas onde elas estão? Tô tão decepcionada com as peças que tenho assistido, com textos irrefletidos, piadas prontas sem sentido sobre sexo, religião, política, televisão, ou aqueles dramécos neoshakespereanos for teen, ou pior ainda é essa merda de teatro experimental, nome dado pra qualquer coisa que todo mundo acha que ninguém nunca fez, jogando um monte de idéias desconexas no palco e deixando no público a responsabilidade de dizer: “puxa... incrível!” para não se passar por tongo de dizer “não entendi p* nenhuma”. E ainda tem esse tal de “teatro antropológico”, ou “antropologia teatral”. Já fiz várias oficinas e já perguntei pra várias pessoas que trabalham com isso de onde vem esse treco, se tem origem na parceria Turner/Schechner, mas as criaturas nem sabiam quem eram esses dois. (você só tem obrigação de saber se trabalha com Teatro e Antropologia, ou professa fé nessas coisas. Se não, esquece.) Meu, pra que insistir em trazer o teatro oriental pro ocidente?! Ninguém entende, caramba! Se o berço da nossa civilização é a Grécia e quase ninguém mais tem saco pro teatro grego, imagine colocar no palco a “força do samurai”, o “equilíbrio do bêbado”, “o sei lá o que da gueixa”. Podemos até entender, mas não achamos graça.
          Mas os diretores/atores já encontraram uma solução para tudo o que reclamei acima: é só tirar as blusas das mulheres e as calças dos homens que tá tudo resolvido. Mesmo que fora de contexto. É garantia de satisfação do público.
Pra quem insite (e tem grana, meu, tá caro!), ai vão algumas dicas de coisas que já assisti, ou que não assisti mas desconfio que sejam assistíveis.

     Ópera Atômica: As sete caras da verdade;
     Pequenas caquinhas e Contos proibidos de Antropofocus;
     Kafka: escrever é um sono mais profundo que a morte;
     O sertão
     O caixeiro viajante ou o vendedor de ilusões. (Esse é de rua. Só vou ver peça de rua nesse festival: se for ruim dá pra sair antes do fim e vc não paga nada!)


          Deve ter mais coisa boa além disso (tomara). Eu é que não tive saco pra ler a programação inteira. Se alguém souber de alguma coisa legal deixa aí no comentário.
          Quem sabe eu assista alguma, mas vou mesmo é viajar! A alemoada lá do Oeste é bem mais divertida!

8 comentários:

  1. concordo!
    sim, pq eu sou responsavel por um teatro que o diretor mandou desligar o ar condicionado durante o espetaculo, por causa do barulho! agora aguente 300 pessaoas presas em um teatro, sem ar condicionado! ah, sifudê!

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  2. quero ver essa do caixeiro viajante, pq estudei na faculdade, quero ver ao vivo

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  3. Pois sim, o que sobra em todo festival é peça sem pé nem cabeça, peça que não se junta com nada parecido com TEATRO, mas sim com teatro...
    Peças boas... hummmmmmmmm, deixe-me pensar que os 4 ingressos que comprei (Formas Breves; Como Enlouquecer Seu Professor; Simplesmente eu, Clarice Lispector e Farsa da Boa Preguiça)são justamente de peças boas. Depois te conto se dei com os burros n'água ou não, hehehehhh...

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  4. que desabafo....consigo até imaginar sua cara de indignação....

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  5. hj eu vi uma de rua. Edipo Rei... eu não curti. O ano passado tava melhor!

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  6. Nao achei nada que despertasse o meu interesse este ano.
    Vou ver a minha "senhora" vai querer ver algo, se não, futebol na TV #macho

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  7. Pois as quase 8 da noite, me ligam pra SIM, deixar o ar ligado!
    Vontade ligar no 220V, vcs já entenderam onde...

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  8. Isso já está acontecendo há uns 3 anos. O Festival entrou em decadência qdo deixou de ser Festival de Teatro e passou a ser Festival de Curitiba, que engloba várias programações.

    A tendência é ficar cada vez mais caro. E nestes tempos a gente pode vender amendoim e cerveja pros turistas na rua.

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